O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) acaba de
soltar os dados de desmatamento que vão de agosto de 2010 a julho de
2011. Neste período, pelo menos 6.239 quilômetros quadrados de floresta
foram derrubados, segundo o Prodes, o Programa de Cálculo de
Desmatamento da Amazônia.
O número mais baixo registrado desde 1988 foi divulgado alguns meses depois de uma explosão de desmatamento na região.
Em maio, quando a discussão do Código Florestal pegava fogo na Câmara
dos Deputados, houve um aumento de 570% nas derrubadas em Mato Grosso. A
disparada fez com que o governo instalasse um gabinete de crise para
conter a tendência. Polícia Federal e fiscais do Ibama foram em peso
para o estado.
“As organizações da sociedade civil alertaram e fizeram pressão para
que o governo fosse a campo evitar que aquela explosão continuasse. O
governo agiu e, segundo o INPE, o desmatamento acabou caindo”, diz Paulo
Adario, diretor da Campanha Amazônia do Greenpeace. Em sua conta no
twitter, o diretor do Inpe, Gilberto Câmara, também citou o caso: “Uso
do DETER [sistema de alerta de desmatamento] em abril fez diferença.
Megaoperação do IBAMA e Pol Fed reprimiu ilegais em MT e RO”.
“Os números do Prodes mostram que, agindo com os instrumentos
existentes na atual legislação florestal, quando o governo quer, o
desmatamento cai. Esperamos que ele aja de novo, agora para impedir a
maior ameaça enfrentada pelas florestas brasileiras: a mudança do Código
Florestal sob a batuta ruralista”, acrescenta Adario.
Apesar da queda histórica, os números divulgados nesta segunda-feira
pelo Inpe ainda são provisórios. Os dados consolidados devem vir a
público daqui a alguns meses. No ano passado, a estimativa inicial para o
desmatamento de 2010 foi de 6.451 quilômetros quadrados. O número final
foi corrigido este ano para 7 mil.
O Pará figura em primeiro lugar na lista dos estados que mais
derrubaram a floresta este ano, segundo o INPE, com 2.870 km² de área
desmatada entre agosto de 2010 e julho de 2011. Os únicos dois estados
que registraram aumento da área em relação ao ano passado foram Mato
Grosso, com 20% a mais (1.126km2), e Rondônia, que dobrou a área
desmatada, atingindo um total de 869 km2.
Assine aqui a petição pedindo para que a presidente Dilma Roussef não permita um retrocesso nao Código Florestal.
(Greenpeace Brasil)
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