sexta-feira, 26 de novembro de 2010

ASSEMBLÉIA DELIBERA PELA APROVAÇÃO DA PROPOSTA DO ACT 2010/2011

Na noite de ontem, na sede do SINEFI, a maioria dos presentes à assembléia, que não foram tantos quanto a importância da decisão sugeria que fossem, deliberou pela aprovação da proposta de renovação do ACT 2010/2011.

Lembremos todos que a mobilização pelo presente ACT não encerra com a assembléia. Vários outros assuntos permanecem carentes de discussão, o que ficou acordado que ocorrerá no decorrer da vigência do mesmo.

Dentre estes assuntos, destacamos:
  • Adicional de Penosidade
  • Carteira do PAMHO com validade em todo o território nacional
  • Função Acessória
  • Política Habitacional (fila das moradias)
  • Cedidos e/ou Requisitados
  • Comitê de Ética
  • Emissão do Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP)
  • Abono de faltas para acompanhamento de dependentes
  • Jornada de trabalho (compensação antecipada para trabalhos em final de semana - DT)
  • Banco de Horas
  • Constituição de Fórum Permanente de Segurança e Saúde do Trabalhador
Mantenha-se informado e vigilante. A qualquer momento poderemos ser novamente convocados a discutir e deliberar sobre estes e outros assuntos. Por vezes, apenas a demonstração do quão importante são estes assuntos para a categoria, é capaz de provocar movimentação em posições pré-estabelecidas.

E todo esse exercício deve ser empreendido não apenas com vistas ao eu, mas também (e principalmente) ao nós.
 
O mundo não é um indivíduo. É um coletivo.
 
Se todos nós aprendermos a fazer algo pelo outro ou por nós mesmos em razão do todo, seremos uma sociedade sadia; que sabe vencer os desafios e desafiar novos horizontes, mistérios e surpresas que nunca deixarão de surgir.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

OS ROMANOS PODEM VOLTAR

Frente de Trabalho - Edição 59                  
Por: Nelson Moschetti

Em 281 a.C., Pirro, Rei de Epiro, pretendia conquistar Roma, o Perigo do Ocidente, da mesma maneira que Alexandre conquistara a Pérsia, o perigo do Oriente. Para perseguir esse intento, atravessou o Mar Jônio (Adriático) com um exército considerável, composto de 25 mil homens de infantaria, 3 mil de cavalaria e 20 elefantes.

Derrotou os romanos em Heracléia, sofrendo, no entanto, perdas enormes em homens e material. Quando Pirro recebeu de um oficial o cumprimento pelo triunfo, respondeu: "Mais uma vitória como essa e estarei arruinado". Essa é a origem histórica da expressão “Vitória de Pirro”, que nos fornece a oportunidade de reflexão e analogias.

Na esfera familiar, os conflitos geralmente estão longe de uma situação de guerra, surgindo naturalmente do relacionamento entre os seus membros – onde muitas vezes as energias são mobilizadas para verificar qual vontade prevalecerá. Nas empresas, comumente assistimos às batalhas travadas entre duas áreas, em meio a um clima predatório, onde o sucesso de uma área implica no fracasso da outra.

Recursos e resultados
No campo das relações capital x trabalho, há ocorrência de dificuldades, praticamente insuperáveis, quando os representantes das partes adotam premissas comportamentais rígidas, tais como: “não podemos tolerar que...”, “não negociamos sob pressão...”, “não sou homem do voltar atrás...”. Em todas essas situações, as partes envolvidas deixam de atentar para a adequação entre a quantidade dos recursos empregados e os resultados obtidos. E o que é mais grave: não analisam as seqüelas do dia seguinte. Seguramente, marido e mulher, pai e filho, chefe e subordinado, líder sindical e representante patronal terão outras situações de conflito para serem gerenciadas no futuro.

Muitos consideram que a Segunda Guerra Mundial foi a última batalha da Primeira Guerra. O Tratado de Versalles, que após a Primeira Guerra impôs duras condições aos vencidos, acabou propiciando o clima para o surgimento do Nazismo e, conseqüentemente, da Segunda Guerra.

É possível fugir da dicotomia vencedores-vencidos. Para tanto, as incompatibilidades devem deslocar-se das pessoas ou grupos para o conteúdo do conflito. Em outras palavras: há um problema comum a ser solucionado e não um “Braço de Ferro” que implica, necessariamente, a imposição da vontade de um dos contendores sobre o outro.

Nessa postura (Braço de Ferro), o que fica subjacente é a idéia rígida de ir até o fim, custe o que custar. Paralelamente à solução centrada no problema e não nas pessoas, vale a pena um exercício de reflexão sobre o nosso comportamento na administração de conflito, em situações concretas.

Conflito bem administrado
Essas vivências são excelentes pistas para percebermos a importância dos sentimentos que são gerados tanto em nós quanto na outra parte. Eles podem tornar difícil o relacionamento futuro entre as partes, se os ressentimentos criados não forem superados. Um possível conflito futuro já terá uma espoleta previamente instalada.

Para perceber como estamos saindo de um conflito, podemos nos perguntar: Como estou ao final dessa negociação? Qual é o sentimento? Alegria? Frustração? Raiva? Felicidade? Devemos ainda procurar imaginar como a outra parte está sentindo. Quais os sentimentos presentes. As respostas podem medir a efetividade da nossa competência em gerenciar conflitos sem plantar uma guerra para a próxima vez.

É a forma de libertar-nos da miopia do curto prazo em direção a um clima de parceria entre as partes. Retomemos à História Antiga. Nove anos após a vitória de Pirro em Heracléia, os gregos foram subjugados pelos romanos. Começava, dessa maneira, o crescimento do Império Romano.

Assim como na guerra, a maioria das batalhas do dia-a-dia não é definitiva. Voltamos a nos defrontar, geralmente, com os mesmos “adversários”. Uma “Vitória de Pirro” sobre nossos filhos, nossos clientes ou outras áreas da empresa, não é a última batalha, pois os “Romanos podem voltar...”

Nelson Moschetti é advogado, sociólogo e diretor de RH da RCS Consultores

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

POSIÇÃO FINAL DA REUNIÃO ENTRE CRT DA ITAIPU BINACIONAL E COMISSÃO DE NEGOCIAÇÃO DOS SINDICATOS

Após um longo processo negocial, chegamos, no final da manhã de hoje, a um resultado que, se não é o que todos esperávamos, foi o que se conseguiu em condições ditas normais, em mesa, com todas as discussões inerentes ao processo.
Agora, resta deliberar junto à categoria sobre a aceitação ou não da proposta. Para tanto, todos estão convocados à comparecer à Assembléia amanhã, 25 de novembro de 2010, às 19:00h em primeira convocação e às 19:30h em segunda convocação, na sede do SINEFI. Divulgue a seus colegas.
Compareça à assembléia, não passe cheque em branco para que outros tomem a decisão por você. Reclamações posteriores serão respeitadas, mas já não terão efeito.
Segue uma síntese da proposta: 
Adicional de Insalubridade por Agentes Biológicos: A partir de 01/11/2009, tendo por base o salário base do empregado que comprovadamente exerça atividade insalubre (fundamentado em Relatório Técnico da Segurança do Trabalho da Itaipu), nos percentuais de 20 e 40%, devendo ser regulamentado por RDE. 
Assistência Odontológica: Inclui, como procedimento reembolsável, a tomografia maxilar, devendo regulamentar os critérios de uso e carências, por conta da regulamentação do plano odontológico. Na sequencia, serão conveniados fornecedores, para acabar com a modalidade reembolso. 
Auxílio Creche: Extende o benefício de 25 meses até dezembro do mesmo ano, mediante as modalidades de convênio ou reembolso, em valores médios de mercado apurados pela Itaipu, condicionada à solicitação do empregado e comprovação de matrícula.
Banco de Horas: Renova-se o atual termo aditivo até junho de 2011. Neste período, serão retomadas as discussões sobre o assunto.
Readaptação Profissional: Se por motivo de doença reconhecida pelo INSS ou pela área de Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho da Itaipu, os Adicionais de Periculosidade ou de Insalubridade por Agentes Biológicos percebidos no momento do afastamento, serão pagos em rubrica à parte na razão de 50% no primeiro ano, 25% no segundo ano e 12,5% no terceiro ano, acabando à partir de então. Se o afastamento for decorrente de acidente do trabalho ou doença ocupacional constatada pela área de Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho da Itaipu, os mesmos adicionais serão garantidos, em rubrica separada, na razão de 50% se o tempo de percepção do adicional for menor de 10 anos, e de 100% a partir de 10 anos.
Segurança e Saúde do Trabalhador: Constituição de Fórum composto por representantes da empresa e dos sindicatos, para debater assuntos relacionados à saúde ocupacional do empregado, em reuniões periódicas e específicas.
Serão objeto de discussão no decorrer do presente ACT, durante as reuniões periódicas e/ou específicas, os seguintes assuntos:
  • Adicional de Penosidade
  • Carteira do PAMHO com validade em todo o território nacional
  • Função Acessória
  • Política Habitacional (fila das moradias)
  • Cedidos e/ou Requisitados
  • Comitê de Ética
  • Emissão do Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP)
  • Abono de faltas para acompanhamento de dependentes
  • Jornada de trabalho (compensação antecipada para trabalhos em final de semana - DT) 
Auxílio Alimentação: R$ 625,00, mais a inclusão do 13º vale
Reembolso de Consultas Médicas: R$ 65,00
Material didático:
  • Até o nível 31C: R$ 588,00
  • Do nível 32A ao 33C: R$ 369,00
  • Do nível 34A ao 36C: R$ 301,00
Reembolso de óculos, armação/lentes e lentes de contato:
  • Lentes de contato: R$ 291,00
  • Armação: R$ 183,00
  • Lente simples (até 6°): R$ 100,00
  • Lente simples (acima 6°): R$ 221,70
  • Lente Multifocal: R$ 300,00

Correção Salarial (já aplicada): 5,2%
Ganho real: 1%
Mobilidade: 3% (2,5% para mérito, 0,5% para ajustes)
Abono: 1,2 remuneração (garantido piso de R$ 4.839,20) + parcela fixa de R$ 1.000,00, pago 48 horas após a assinatura do ACT (com incidência de IR)

REUNIÃO CRT ITAIPU BINACIONAL E SINDICATOS - QUARTA FEIRA, 24/11

Neste momento começa a reunião nesta quarta feira. O atraso foi justificado pela dificuldade de conversar com todos os Diretores.
Lembrando que, no momento, estão sendo discutidas as cláusulas econômicas.
Em breve, mais informações.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

REUNIÃO CRT ITAIPU BINACIONAL E SINDICATOS - TERÇA FEIRA, 23/11

Hoje pela manhã foram retomadas as conversações para o ACT 2010/2011. Foram discutidos na parte da manhã o Adicional de Insalubridade por Agentes Biológicos, Readaptação Profissional e Auxílio Creche.
Na parte da tarde, a reunião está começando neste momento, as discussões devem adentrar as cláusulas econômicas.
Novas notícias na sequencia.
Complementado às 19:55h
A tarde foi iniciada com a rediscussão do Auxílio Creche. Em seguida, passou-se a discussão das cláusulas econômicas, o que acabou tomando todo o período da tarde, sem um fechamento definitivo.
O CRT consultará a Diretoria Executiva sobre a possibilidade de se chegar a uma proposta minimamente de consenso, negociada em mesa, de modo que a mesma seja razoável à ambas as partes.
Amanhã a reunião será retomada à partir das 10:00h.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

REUNIÃO CRT ITAIPU BINACIONAL E SINDICATOS - SEXTA FEIRA, 19/11

Hoje pela manhã, foram retomadas as negociações do ACT 2010/2011, passando-se à discussão do Banco de Horas, que, assim como o Adiconal de Penosidade, também promete, pela divergência entre a posição da empresa e os anseios dos empregados.
Alteração incluída às 17:03h.
A reunião está chegando ao seu final. Além do Banco de Horas, a discussão adentrou o Adicional de Insalubridade. Como já verificado, e até o momento tem sido a tônica nesta negociação, as posições rígidas da empresa tem dificultado a chegada a uma posição de consenso.
As discussões retornarão na terça feira, 23/11, no período da manhã.

REUNIÃO CRT ITAIPU BINACIONAL E SINDICATOS - QUINTA FEIRA, 18/11 (PARTE II)

Após uma longa negociação, os turnantes deliberaram, em reuniões realizadas às 19:00h de ontem, 00:00h, 01:00h, 06:00h e 07:00h de hoje, aceitar a proposição da empresa e discutir o Adicional de Penosidade em reuniões específicas, no decorrer do ACT 2010/2011.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

REUNIÃO CRT ITAIPU BINACIONAL E SINDICATOS - QUINTA FEIRA, 18/11 (PARTE I)

Alterado às 14:46h de 18/11
A reunião desenrola-se desde às 09:00h desta quinta feira, com as discussões concentradas no Adicional de Penosidade. A luta é ferrenha, devido a cristalizações de entendimento por parte do CRT.
Após uma parada para almoço e consultas, retomamos à partir das 14:45h.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

ASSEMBLÉIA DOS TURNEIROS, ENCAMINHAMENTOS E RETOMADA DAS NEGOCIAÇÕES

Foi realizada na manhã de segunda feira, feriado de 15 de novembro, assembléia com os trabalhadores que realizam turno de revezamento na Itaipu Binacional (lotados na operação, despacho, segurança empresarial, bombeiros, informática e transporte), para esclarecimentos e deliberações sobre o assunto Adicional de Penosidade. Ao final da referida assembléia, foi deliberado de forma unanime pelos presentes, o encaminhamento de que se realizaria, no intuito de sensibilizar a diretoria executiva da empresa, atraso de 1 (uma) hora na entrada de todos os turnos, à partir da 00:00h do dia 17/11.
Desde então, de forma organizada e ordeira, os "turneiros" tem agido conforme deliberado e permanecido ao lado da barreira de controle por 1 (uma) hora, acompanhados de dirigentes sindicais e outros trabalhadores que, de forma solidária e responsável, tem comparecido durante as trocas de turno.
Retomada das negociações
Conforme comunicado do CRT (Comite de Relações Trabalhistas), alterando o início da reunião das 09:00h para as 14:00h, foram retomadas na tarde de hoje as negociações coletivas visando o fechamento do ACT 2010/2011. As discussões desta tarde ficaram concentradas nas argumentações e contra-argumentações acerca da implementação do Adicional de Penosidade.
Amanhã a reunião será retomada às 09:00h.

sábado, 13 de novembro de 2010

Apenas 15% dos profissionais estão contentes com trabalho

Nos últimos anos, o desequilíbrio entre vida pessoal e profissional foi apontado como uma das principais causas do estresse. Porém, um levantamento recente feito pela Weigel Coaching, empresa especializada em comportamento e desenvolvimento de pessoas e equipes corporativas, apresenta um cenário diferente.

O estudo, baseado em mais de 1.500 horas em atendimento e mais de 500 profissionais analisados junto aos departamentos de alta gerência e Recursos Humanos de empresas como Behr Brasil, Crawford Brasil, Grupo Melo Cordeiro, Ara Vartanian, Bradesco, Johnson & Johnson e empresas de pequeno e médio porte, mostra que um novo fator chama a atenção do mercado: a causa do estresse atual não se discute por meio do desequilíbrio e sim pela frustração.

Na pesquisa, somente 15% dos colaboradores se mostraram completamente contentes com seu trabalho, enquanto que 61% estão parcialmente satisfeitos e apontaram um sentimento evidente de frustração. Apenas 4% estão totalmente insatisfeitos, enquanto que 20% dos profissionais se recusaram aderir à pesquisa ou responderam de forma duplicada, o que invalida a avaliação.

O estudo ainda apresenta os dados com relação ao equilíbrio entre vida e trabalho. Dos pesquisados, 56% acreditam que sua vida está parcialmente equilibrada, 41% que está equilibrada e somente 3% acham que está desequilibrada.

Na mesma amostra, 47% dos participantes desejam valorização e reconhecimento; 21% querem oportunidade de crescimento; 19% apreciam um ambiente agradável; 7% almejam melhor remuneração e benefícios, enquanto que 6% gostariam de mais aprendizado.

Jaqueline Weigel, diretora-geral da Weigel Coaching, afirma que a frustração apresentada na pesquisa se dá, principalmente, por causa falta de percepção com relação ao panorama das empresas, de suas demandas, gestores, a baixa capacidade de gerenciar o tempo e de fazer as entregas de resultados esperados.

“De forma não estruturada, muitos profissionais questionam qual é o retorno que terão pelo esforço extra e pelo aumento das responsabilidades assumidas. Sabemos que exigir mais resultado sem dar condições para tal causa um imenso desconforto”, comenta a especialista.

Para ela, existem variáveis que podem estar gerando essa frustração atual. Na avaliação de Jaqueline, alguns itens vêm se destacando nesse panorama, como: ausência de transparência em relação aos objetivos da empresa; falta de clareza quanto as responsabilidade de cada cargo e como a atitude de cada profissional afeta o ambiente; falta de foco e priorização de projetos corporativos; falta de um projeto de vida, onde o plano de carreira se apóie, e a extrema falta das habilidades comportamentais.

Jaqueline considera que cada um desses aspectos gera um impacto negativo de grande ou pequeno porte e afeta o resultado corporativo. Para ela, reduzir equipes como forma de corte de custos é a fórmula de fracasso.

“Demitir pessoas para reduzir gastos e tentar aumentar os resultados é um método ineficaz e arcaico. É hora de definirmos melhor nossos papéis no trabalho, no cenário corporativo e no mundo, e é o momento das empresas entenderem as reais necessidades de seus liderados”, afirma.

De acordo com ela, só o próprio profissional pode achar respostas e saídas para sua carreira. Já a empresa influencia o ambiente e os métodos de gestão determinam todo o comportamento do grupo de pessoas dessa organização.





REUNIÃO NO FERIADÃO

SINEFI CONVOCA TRABALHADORES E TRABALHADORAS 
DE TURNOS DE REVEZAMENTO DA ITAIPU BINACIONAL 
PARA REUNIÃO

No feriado do próximo dia 15, haverá uma reunião na Sede do SINEFI, às 09:00 horas com os Operadores de Usina e Subestação, Despachantes, Bombeiros, Agentes de Segurança, Operadores de Computador e Coordenadores de Transporte.

Este conjunto de trabalhadores e trabalhadoras executam suas atividades em turnos de revezamento e na Pauta Reivindicatória está o pleito do pagamento de ADICIONAL DE PENOSIDADE para as atividades desenvolvidas nessas condições.

Os representantes da empresa tentam, uma vez mais, barrigar a discussão com uma série de argumentos inconsistentes. Como temos deliberação para ajuizamento de ação trabalhista, não sem antes buscar conquistar o adicional na negociação desta base, estaremos fazendo um debate com os diretamente interessados para encaminhamentos para a próxima semana, quando teremos a continuidade das negociações.

É para isso que serve a data base. Buscarmos avanços para a categoria.


quinta-feira, 11 de novembro de 2010

À ESPERA DO ACORDO

Após mais de 10 dias de reuniões, de idas e vindas, de discussões e rediscussões, de propostas e contrapropostas, foi encerrada no início da tarde desta quinta feira, a rodada de negociações visando o fechamento do ACT 2010/2011.
No dia de hoje, dentre outros pontos, foram expostas as propostas dos sindicatos, acompanhadas de rediscussão e até mesmo de composições entre CRT e sindicatos, para os seguintes itens: Adicional de Penosidade, Carteira Nacional do PAMHO, Política Habitacional, Função Acessória, Cedidos/Requisitados, Comitê de Ética, PPP, Abono de Faltas, Jornada de Trabalho, Banco de Horas, Adicional de Insalubridade, Readaptação Profissional, Auxílio Creche, Reembolso de Material Didático, Óculos, Armações, Lentes e Consultas Médicas, Correção Salarial, Ganho Real, Mobilidade Salarial e Abono.
Aguardamos agora um posicionamento do CRT, que realizará todas as avaliações e, à partir da próxima quarta feira, 17/11, voltaremos à mesa de negociação, face a face, olho no olho para, quiçá, chegarmos a um acordo.
Lembremos todos que, independentemente dos esforços dispendidos na mesa, a força maior está com a categoria, na nossa união e mobilização.
Assim, fiquem todos ligados, verifiquem os itens que compõe nossa pauta, entenda o que implica cada pedido, cada reivindicação, independente disto atingir diretamente você ou não. Pensemos coletivamente.

PARLATÓRIO DESTA SEXTA FEIRA...

Acabam de ser retomadas nesta manhã, as tratativas visando o ACT. Cremos que até o final do dia todos os pontos tenham sido rediscutidos.



quarta-feira, 10 de novembro de 2010

RETOMADA DA REUNIÃO ENTRE CRT, SINDICATOS E COMISSÃO DE NEGOCIAÇÃO

Foram retomadas as conversas do ACT, no Recanto Park Hotel, na tarde desta quarta feira. Pela manhã, ocorreu a reunião entre representantes sindicais e comissão de negociação, na sede do SINEFI, onde foi avaliada a proposta da empresa.
No final da tarde, maiores informações.
Complementado às 20:26h de 10/11
Retomadas as discussões entre CRT e representantes dos empregados, estes últimos começaram a expor os pontos julgados relevantes para que se possa chegar a uma solução negociada em mesa. Mesmo com o encerramento da reunião por volta das 19:00h, ainda não foram rediscutidos todos os pontos. Assim, nesta tarde foi possível expor e discutir os seguintes pontos: Adicional de Penosidade, manutenção do PAMHO para filhos maiores de 25 anos portadores de doença crônica, implementação de carteira do PAMHO com validade em todo o território nacional, reembolso de despesas de viagens, função acessória - Dupla Função,Política Habitacional - data limite para a solução da fila, política de requisitados, eleição de representantes para o Comitê de Ética, Concurso Interno, ocupação de cargos de chefia/gerenciais, critérios de emissão do PPP, licença abonada para acompanhamento e Banco de Horas.
Amanhã a reunião será retomada à partir das 08:00h.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

ANDAMENTO DA REUNIÃO ENTRE CRT ITAIPU E COLETIVO SINDICAL, NA TARDE DE TERÇA FEIRA, 09 DE NOVEMBRO

No início da tarde, o CRT apresentou aos representantes sindicais e membros da comissão de negociação, uma síntese de dados econômicos da empresa relativos à folha de pagamentos, benefícios e outros reflexos.
Em seguida, começou a apresentação de sua proposta, ítem a ítem, para apreciação. Antes, explicitou que os pontos não contemplados nesta explanação, "não serão introduzidos no ACT".
Até este momento, foram debatidas as propostas referentes a Insalubridade, Readaptação Profissional, Auxílio Creche e Saúde do Trabalhador.
A reunião continua...
Complementado às 07:45h de 10/11/2010:
Após o postado acima, a empresa discorreu sobre os demais pontos de sua proposta: Política de Benefícios, PAMHO, Eleições para o Colegiado da FIBRA e Proposta Econômica.
 Hoje, 10/11 (quarta feira), no período da manhã, os sindicatos e a comissão de negociação estarão reunidos para realizar a análise crítica dos pontos propostos, retomando a reunião com o CRT no período da tarde.
Mantenham-se atentos.

HOJE TEM NEGOCIAÇÃO COM A IB

 CAMPANHA SALARIAL 2010/2011
Eletricitários/Eletricitárias ITAIPU Binacional 

Às 13:30h iniciaremos a 3ª rodada de negociações com a ITAIPU Binacional para renovação do Acordo Coletivo de Trabalho, data base 1º de novembro de 2010. A terceira rodada se estenderá até sexta-feira, 12/11, quando esperamos ter esgotado as discussões.
Serão rediscutidos 17 itens da Pauta Reivindicatória, na maioria de natureza administrativa e todos os itens de natureza econômica, como aumento real, abono salarial, correção salrial, reajuste do auxílio alimentação, creche, material didático etc.

No transcorrer das discussões estaremos informando o andamento das negociações. Fique ligado.

domingo, 7 de novembro de 2010

Carta a um jovem poeta

Paris, 17 de fevereiro de 1903


Prezadíssimo Senhor,


[...] Pergunta se os seus versos são bons. Pergunta-o a mim, depois de o ter perguntado a outras pessoas. Manda-os a periódicos, compara-os com outras poesias e inquieta-se quando suas tentativas são recusadas por um ou outro redator. Pois bem - usando da licença que me deu de aconselhá-lo -, peço-lhe que deixe tudo isso. O senhor está olhando para fora, e é justamente o que menos deveria fazer neste momento. Ninguém o pode aconselhar ou ajudar, - ninguém.

Não há senão um caminho. Procure entrar em si mesmo. Investigue o motivo que o manda escrever; examine se estende suas raízes pelos recantos mais profundos de sua alma; confesse a si mesmo: morreria, se lhe fosse vedado escrever? Isto acima de tudo: pergunte a si mesmo na hora mais tranquila de sua noite: "Sou mesmo forçado a escrever?" Escave dentro de si uma resposta profunda. Se for afirmativa, se puder contestar àquela pergunta severa por um forte e simples "sou", então construa sua vida de acordo com essa necessidade. Sua vida, até em sua hora mais indiferente e anódina, deverá tornar-se o sinal e o testemunho de tal pressão.

Aproxime-se então da natureza. Depois procure, como se fosse o primeiro homem, dizer o que vê, vive, ama e perde. Não escreva poesias de amor. Evite de início as formas usuais e demasiado comuns: são essas as mais difíceis, pois precisa-se de uma força grande e amadurecida para produzir algo de pessoal num domínio em que sobram tradições boas, algumas brilhantes.

Eis por que deve fugir dos motivos gerais para aqueles que a sua própria existência cotidiana lhe oferece; relate suas mágoas e seus desejos, seus pensamentos passageiros, sua fé em qualquer beleza - relate tudo isso com íntima e humilde sinceridade. Utilize, para se exprimir, as coisas do seu ambiente, as imagens dos seus sonhos e os objetos de sua lembrança. Se a própria existência cotidiana lhe parecer pobre, não a acuse. Acuse a si mesmo, diga que não é bastante poeta para extrair as suas riquezas. Para o criador, com efeito, não há pobreza nem lugar mesquinho e indiferente.

Mesmo que se encontrasse numa prisão, cujas paredes impedissem todos os ruídos do mundo de chegar aos seus ouvidos, não lhe ficaria sempre a sua infância, esta esplêndida e régia riqueza, esse tesouro de recordações? [...] Se depois dessa volta para dentro, deste ensimesmar-se, brotarem versos, não mais pensará a perguntar a quem for se são bons. Nem tão pouco tentará interessar as revistas por seus trabalhos. [...] Talvez venha significar que o Senhor é chamado a ser artista, Nesse caso, aceite o destino e carregue-o com seu peso e sua grandeza, sem nunca se preocupar com recompensa que possa vir de fora.

[...] Mas talvez se dê o caso de, após essa descida em si mesmo e em seu âmago solitário, ter o Senhor de renunciar a se tornar poeta. (Basta, como já disse, sentir que se poderia viver sem escrever para não mais se ter o direito de fazê-lo.) Mesmo assim, o exame de sua consciência que lhe peço não terá sido inútil. Sua vida, a partir desse momento, há de encontrar caminhos próprios. Que sejam bons, ricos e largos é o que lhe desejo, muito mais do que lhe posso exprimir.[...] Com todo o devotamento e toda a simpatia,


RAINER MARIA RILKE

Estudo com americanos confirma que passar por adversidades gera resistência psicológica

Por
JULIANA VINES
DE SÃO PAULO


O que não mata deixa mais forte. Além de ser uma citação do filósofo alemão Friedrich Nietzsche, essa é a constatação de um estudo da Universidade de Buffalo, nos Estados Unidos, que vai ser publicado na próxima edição do "Journal of Personality and Social Psychology".

Para chegar a essa conclusão, o pesquisador Mark Seery e sua equipe acompanharam 2.398 americanos entre 2001 e 2004.

As pessoas que passaram por acontecimentos adversos e traumáticos tiveram menos sintomas de estresse e relataram mais situações de bem-estar do que aquelas que passaram por menos dificuldades.

Foram avaliadas 37 categorias diferentes de trauma psicológico ou físico, incluindo morte de um familiar, doença ou acidente, desastres naturais, divórcio ou presenciar um ato de violência.

"Entendemos que existe uma relação entre experiências ruins e resiliência", diz Seery à Folha.
A resiliência é um termo da física adotado pela psicologia. Na ciência, é a possibilidade de um material voltar à forma anterior depois de sofrer pressão ou deformação. Para a psicologia, é a capacidade de uma pessoa enfrentar situações negativas e retirar algo de positivo da experiência.

De acordo com Seery, o cérebro é capaz de aprender com cada trauma e se tornar mais experiente e mais forte.

Segundo a psicóloga Rosaly Ferreira Braga, do Programa de Atendimento e Pesquisa em Violência da Universidade Federal de São Paulo, é preciso ter cuidado ao falar em desenvolvimento da resiliência.
"É possível ficar mais forte, mas há traumas mais e menos impactantes. Não é porque a pessoa sofreu um assalto que ela vai poder ser vítima de vários sem que isso traga consequências", diz.

Não se sabe ao certo o que faz uma pessoa naturalmente mais forte do que outras. Sabe-se apenas que algumas reagem positivamente a situações negativas, enquanto outras desenvolvem transtornos como o estresse pós-traumático e a depressão.



ENFRENTAMENTO

A psicóloga e pesquisadora Ana Cristina Vasconcellos acompanhou em sua dissertação de mestrado famílias com pessoas paraplégicas.

"É muito mais fácil encontrar pessoas que não são resilientes. A vulnerabilidade é muito mais comum. Um fator decisivo no processo de enfrentamento é a família", diz.

Para o médico psiquiatra José Toufic Thomé, coordenador do Departamento de Intervenção em Desastres e Catástrofes da Associação Brasileira de Psiquiatria, as pessoas deveriam pensar em como desenvolver uma "imunidade psíquica".

"Precisamos aprender a conviver com adversidades sem adoecer. A sociedade moderna não pensa em trabalhar a resiliência."

Isso poderia ser feito, de acordo com Seery, deixando de lado estratégias prontas de como superar problemas. "Respostas diferentes são normais. O maior equívoco é pensar que todos devem reagir da mesma forma. Falar sobre o trauma, por exemplo, nem sempre é a melhor coisa a ser feita."

Fonte: Folha.com - Equlíbrio & Saúde

Viúvas poderão manter plano de saúde

Por
CLÁUDIA COLLUCCI
DE SÃO PAULO


Viúvas, viúvos e outros dependentes não podem mais ser expulsos do plano de saúde depois da morte do titular, determinou a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) em nova norma (clique e saiba mais) divulgada no dia 05 de novembro.


É comum em alguns contratos de planos de saúde --especialmente nos anteriores à regulamentação do setor, em 1999-- constarem cláusulas sobre a remissão, que é a continuidade do atendimento aos dependentes após a morte do titular.

Em geral, os dependentes ficam um período isentos de pagar a mensalidade e, depois disso, a operadora cancela a assistência médica.

De acordo com a nova regra da ANS, o término do período de remissão não extingue o contrato do plano familiar. Ou seja, os dependentes assumem o pagamento das mensalidades e têm garantido o direito de manutenção do plano nas mesmas condições contratuais --inclusive com os mesmos patamares de mensalidade.

Os contratos novos individuais (após 1999) preveem essa cláusula, mas muitos beneficiários ainda sofrem com falta de clareza dos mais antigos e dos coletivos, que ou não especificam o direito do consumidor ou negam a continuidade dos serviços.

JUSTIÇA

Muitos usuários de planos têm recorrido à Justiça para garantir o direito. Foi o que aconteceu com a aposentada Joana (nome é fictício), que havia perdido o seguro-saúde depois da morte do marido, no ano passado.

Ela era cliente de uma seguradora desde 1993. Depois que o marido morreu, solicitou à empresa a atualização das informações cadastrais e a exclusão nas mensalidades do valor referente ao titular.

Apesar disso, por dois meses, a seguradora cobrou a mensalidade sem descontar nenhum valor. Após o período, informou que a assistência médica seria cancelada. A empresa alegava que, com a morte do titular, dependentes não poderiam continuar se beneficiando do seguro.

Na decisão, a juíza Fernanda Gomes Camacho, da 8ª Vara Cível de São Paulo não só determinou a continuidade do contrato, como condenou a seguradora a reembolsar as quantias eventualmente pagas pela aposentada, devidamente corrigidas.

Beneficiários de planos coletivos (empresariais) e coletivos por adesão (intermediados por uma associação ou sindicato) também têm passado pela mesmo situação da aposentada.

Segundo Daniela Trettel, advogada do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), na maioria dos casos de dependentes que recorreram à Justiça, as decisões foram favoráveis por considerarem abusiva a cláusula que permite o cancelamento do contrato.

O instituto já vinha cobrando uma decisão da ANS sobre essa situação, alegando que, ao deixar de ser pronunciar, a agência ignorava as leis e o CDC (Código de Defesa do Consumidor).

Fonte: Folha.com - Caderno Cotidiano

Transtorno psíquico "burn out" ataca desiludidos com o próprio trabalho

Por
GUILHERME GENESTRETI
DE SÃO PAULO

Perfeccionismo é fator de risco para esta doença insidiosa, que ataca a motivação de gente que rala, sem distinção de cargos hierárquicos.

O "burn out", termo que em inglês designa a combustão completa, está incluído no rol dos transtornos mentais relacionados ao trabalho. Foi a terceira maior causa de afastamento de profissionais em 2009, segundo dados da Previdência Social.

A síndrome é bem mais que "mero" estado de estresse, não pode ser confundida.

Esse transtorno psíquico mescla esgotamento e desilusão. Pode ser desencadeado por uma exposição contínua a situações estressantes no trabalho, explica a psicóloga Ana Maria Rossi, presidente no Brasil da Isma (International Stress Management Association), entidade que pesquisa o "burn out".

"A doença é gerada pela percepção de que o esforço colocado no trabalho é superior à recompensa. A pessoa se sente injustiçada e vai se alienando, apresentando sintomas como depressão, fobias e dores musculares."

É a doença dos idealistas, diz Marilda Lipp, do Centro Psicológico de Controle do Stress e professora de psicologia da PUC-Campinas.

"O 'burn out' é um desalento profundo, ataca pessoas dedicadas demais ao trabalho, que descobrem que nada daquilo pelo que se dedicaram valeu a pena."

O estresse, compara Lipp, tem um componente biológico forte, ligado a situações em que o corpo tem de responder ao perigo. Já o "burn out" é um estado emocional em que a pessoa não sente mais vontade de produzir.

"Tem a ver com o valor depositado no trabalho", diz Lipp. "Quem apresenta exaustão emocional, não se envolve mais com o que faz e reduz as ambições pode estar sofrendo do transtorno."

O diagnóstico não é fácil: a apatia gerada pelo "burn out" pode sugerir depressão ou síndrome do pânico.
Médicos, professores e policiais são grupos de risco, diz Duílio de Camargo, psiquiatra do trabalho ligado ao Hospital das Clínicas.

O professor Cláudio Rodrigues, afastado por causa da doença, disse sentir que o seu trabalho "não vale a pena"O professor Cláudio Rodrigues, afastado por causa da doença, disse sentir que o seu trabalho "não vale a pena"

DESMAIOS
O professor Cláudio Rodrigues, 43, entrou em combustão total por duas vezes. Começou como um estresse, que foi se acumulando ao longo de dez anos.
Ele lecionava 13 horas por dia numa escola da zona sul de São Paulo. E se frustrava com salas lotadas e alunos desinteressados, conta.

"Via um aluno meu entregando pizza junto com alguém que nunca tinha estudado. Eu me sentia impotente como professor". Deprimido, se manteve afastado das salas por dois anos. Em 2004, depois de receber acompanhamento psiquiátrico e tomar medicação, voltou. Em maio deste ano, recaiu.
"Nada tinha mudado na escola, estrutura péssima. Eu me sentia responsável por estar levando todos os alunos a um caminho sem futuro."

No meio de uma aula, o professor começou a suar e sentir o corpo ficar mole. Saiu e desmaiou na escada. Na semana seguinte, enquanto caminhava para o trabalho, desmaiou de novo. Está afastado desde então.
"Sinto uma insatisfação por ver que o meu trabalho não vale a pena", desabafa.

A vigia Lucimeire Stanco, 34, também passou um tempo licenciada por causa de "burn out". Em 2006, ela fazia a ronda noturna em um colégio da zona leste. Passava a noite só e por duas vezes teve que se esconder quando tentaram invadir o lugar.

"Sentia desânimo porque não me tiravam daquela situação. Me sentia rejeitada, vítima." Ela se tratou e se readaptou. Hoje, só trabalha de dia, e acompanhada de outros vigias.
Casos como esses são tratados com psicoterapia e antidepressivos mas, segundo Marilda Lipp, a medicação só combate os sintomas.
"A pessoa precisa reavaliar o papel do trabalho em sua vida, aprender a dizer não quando não tem condições de executar algo e reconhecer o próprio valor, mesmo que outros não o façam."

FACA NA GARGANTA
"Eu era infeliz e não sabia", afirma a empresária Amália Sina, 45. Hoje ela é a dona do negócio, mas há quatro anos, era a vice-presidente, na América Latina, de uma multinacional e responsável pelas atividades da empresa em 22 países.

"Dava aquela impressão de que o mundo girava em torno do trabalho, sempre com a faca na garganta", diz.
Para a empresária, o apoio que teve da família e a prática de exercícios a ajudaram a suportar as pressões. Até ela deixar a função executiva.

A empresária adotou a estratégia correta para prevenir um "burn out", segundo o psiquiatra Duílio de Camargo. "A pessoa chega a esse estado sem saber o que tem. Se não tiver acolhimento da família, o desconforto aumenta."

Na visão de Eugenio Mussak, fisiologista e professor de gestão de pessoas, as providências para prevenir essa patologia do trabalho devem partir tanto do sujeito quanto da empresa.

Segundo Mussak, todo mundo que trabalha bastante deve se permitir algumas atividades diárias cuja única finalidade seja o prazer, para compensar o clima estressante. E se o ambiente de trabalho puder criar um "estado de férias", melhor ainda.

"Chefes compreensivos, que valorizam o esforço e respeitam os limites de seus subordinados criam um ambiente menos favorável ao "burn out'", diz o professor.

Ele continua: "É preciso respeitar o limite entre o que é profissional e o que é pessoal, e a empresa deve estimular o trabalhador a respeitar esses limites também."

Fonte: Folha.com - Caderno Equilíbrio & Saúde

DECIBÉIS NO CÉREBRO

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Projeto de lei inclui assédio moral entre os tipos de acidentes de trabalho

Medida prevê reconhecimento por perito do INSS e pode elevar custos das empresas com tributos e aumentar o número de ações judiciais

Enquanto o governo estuda a possibilidade de atualizar a lista de doenças classificadas como acidente de trabalho, tramita na Câmara o Projeto de Lei n.º 7.202/2010, que inclui o assédio moral como acidente de trabalho. A medida pode elevar os custos das empresas com tributos e ações judiciais.

Para justificar o projeto, os autores - deputados Ricardo Berzoini (PT-SP), Pepe Vargas (PT-RS), Jô Moraes (PC do B-MG), Paulo Pereira da Silva (PDT-SP) e Roberto Santiago (PV-SP) - alegam que a ofensa moral cada vez mais vem sendo reconhecida como fator de risco nos ambientes de trabalho, com destaque para o assédio moral. Por isso, a necessidade de estender o conceito previsto na Lei 8.213/1991, que prevê que ofensa física só pode ser equiparada a acidente quando o motivo da disputa for relacionada ao trabalho.

"Entendemos que, independentemente de ser ou não por motivo de disputa relacionada ao trabalho, a ofensa física ou moral intencional no ambiente de trabalho deve ser considerada acidente de trabalho", dizem os parlamentares na justificativa do projeto de lei, que já teve parecer favorável do deputado Vicentinho, mas depende de aprovação na Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público.

Técnicos do Ministério da Previdência Social concordam que é necessário atualizar a lista de doenças classificadas como acidente de trabalho para incluir, por exemplo, o assédio moral.

A última revisão ocorreu em 1999. De lá para cá, o mercado mudou bastante.

Pedidos. De 2006 a 2009, houve uma disparada nos auxílios-doença acidentários para trabalhadores com transtornos mentais e comportamentais, o que inclui o assédio moral.

No período, a concessão do benefício saltou de 612 para 13.478 trabalhadores. Segundo o diretor do Departamento de Políticas de Saúde e Segurança Ocupacional do Ministério da Previdência Social, Remigio Todeschini, a ofensa física é um dos principais motivos para a ampliação da concessão dos benefícios para doenças como transtornos mentais e comportamentais.

Atualmente, o trabalhador que sofreu assédio moral e passa pelo perito do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) se tiver o benefício liberado receberá o auxílio-doença acidentário - que corresponde a 91% do salário benefício (80% da média dos maiores salários) e é concedido sem a necessidade de tempo mínimo de contribuição.

O trabalhador tem estabilidade de 12 meses no emprego. Após cessar o auxílio-doença acidentário, ainda pode ser solicitado o auxílio acidente de trabalho - que é um tipo de indenização, correspondente a 50% do salário benefício. A mudança maior no processo será a classificação da doença de forma diferente.

Mais despesas. A possibilidade de inclusão do assédio como acidente de trabalho pode elevar as despesas das empresas. Isso porque a quantidade de acidente de trabalho é considerada no cálculo do Seguro Acidente de Trabalho (SAT). Segundo o especialista em direito do trabalho, advogado Otávio Pinto e Silva, considerar assédio moral como acidente de trabalho pode causar mais custos para as empresas.
Isso porque os peritos do Instituto Nacional de Seguro Social é que darão o diagnóstico de assédio, que poderá ser utilizado como prova em ações judiciais.

Na avaliação do advogado, quem deve avaliar se houve ou não assédio é a Justiça do Trabalho. "Isso pode virar um mecanismo de vingança e falsas denúncias. O INSS vai apurar isso?", questionou o advogado. "O juiz do trabalho busca coletar provas olhando as duas partes", ressaltou.


REFLEXO NO AMBIENTE DE TRABALHO

Transtornos mentais
Concessão de auxílio-doença acidentário para esses trabalhadores passou de 612 em 2006, para 13.478, em 2009.
Seguro mais salgado
Mudança pode exigir das empresas mudança de comportamento para impedir aumento de Seguro Acidente de Trabalho

RESPONSABILIDADE SOCIAL?

Quando se pensa em responsabilidade social no mundo corporativo, as primeiras imagens que vêm à mente da maioria das pessoas são ações sem fins lucrativos. Algo como projetos ligados a áreas de educação e saúde, por exemplo, que visam à melhoria das condições de vida da população que vive no entorno da área onde a empresa está instalada.

Muitas vezes essa compreensão simplista permeia também a visão dos empreendedores responsáveis por projetos desse tipo, conduzindo a atuações empresariais de caráter assistencialista e filantrópico. São ações pouco ou nada relacionadas com as atividades centrais da organização e pontuais, sem garantia de continuidade e dependentes de benemerência, “sobra” de recursos e/ou incentivos fiscais e tributários.

Não se pode negar que, diante das carências absurdas às quais está submetida parcela importante da sociedade brasileira, por mais simples que sejam essas ações, algum resultado positivo elas contemplam. Cientes disso, muitas vezes tais empreendedores buscam tirar proveitos à sua imagem ou à de sua empresa, de modo a melhorar sua reputação na sociedade como um todo. A boa ação pode auxiliar nos resultados econômicos da empresa de maneira significativa, já que pode agregar maiores valores mediante investimentos relativamente baixos. O problema é que, ao usar tal resultado mínimo como uma ferramenta de marketing empresarial, a empresa corre o risco de passar uma imagem de si própria que não condiz com a realidade.

É preciso esclarecer a idéia de atuação socialmente responsável por parte da empresa. Muito além de distribuir cestas básicas para seus vizinhos, a responsabilidade social tem de incluir uma fundamentação interna que permeie o projeto da empresa como um todo, envolvendo desde seus colaboradores diretos e terceirizados, fornecedores e a comunidade na qual a empresa está inserida. A empresa tem de agir de forma a garantir que a fundamentação de responsabilidade social esteja relacionada ao seu projeto organizacional como um todo, em outras palavras: responsabilidade social deve integrar à organização e se manifestar em sua maneira de gerenciar e realizar seus negócios.

Nesse processo, a primeira lição de casa envolve diretamente o público interno da organização. A empresa garante um ambiente motivador e dá condições adequadas para que seus colaboradores desempenhem suas funções e, ao mesmo tempo, tenham boa qualidade de vida? O segundo passo é olhar para fora, analisando áreas de influência direta da empresa: os fornecedores atendem aos princípios básicos de responsabilidade socioambiental, respeitando os aspectos legais aplicáveis às suas atividades? As condições para fornecimento são claras, baseadas em critérios técnicos, e as negociações ocorrem de forma ética e transparente? Por fim, é preciso olhar o entorno, tanto no que se refere aos consumidores diretos de seus produtos como à comunidade em que a organização se encontra. Existem canais de comunicação estabelecidos para recebimento de denúncias e sugestões? Os relatos são ouvidos, com direito a resposta e monitoramento?

Uma empresa que se pretende socialmente responsável deve, muito mais do que empreender ações de ajuda para resolução de problemas pontuais, assumir como agente norteador de sua atuação critérios éticos e sustentáveis. Esse engajamento deve estar presente em todas as etapas do processo produtivo e envolver todas as partes interessadas, a partir dos próprios funcionários. Uma única peça solta ou nota dissonante pode colocar tudo a perder e arruinar sua imagem comprometendo sua reputação.

O desenvolvimento de projetos de melhorias sociais a comunidades carentes precisa ser implantado dentro dessa mesma lógica. Mais do que uma postura filantrópica, tem de fazer com que essa ajuda represente uma contribuição para o desenvolvimento humano e social da área em que se encontra. Isso contribui para uma sociedade mais desenvolvida que permita, no limite, a perenidade da própria empresa.

Caso não sejam tomados esses cuidados, a empresa corre o risco de apenas mascarar uma atuação socialmente responsável. São pecados semelhantes aos praticados por empresas que se pretendem sustentáveis e fazem apenas “maquiagens verdes”. A empresa não pode ser acometida pelo mal do “banho social”. Pode ser que consiga enganar algumas pessoas por algum tempo. Só que quando a verdade vier à tona, seu prejuízo poderá ser muito maior do que o eventual benefício conquistado inicialmente.

smj

DIREITO DO TRABALHO: LUTAS DE ONTEM E DO AMANHÃ

Direito do Trabalho- lutas de ontem e do amanhã

Trabalhar depois da aposentadoria melhora a qualidade de vida

Saúde mental e física das pessoas que continuam a exercer profissão é favorecida

Um estudo realizado pela Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, sugere que trabalhar depois da aposentadoria é um fator que colabora para a saúde física e mental dos mais velhos.Depois de analisar a vida de mais de 12 mil aposentados, entre 51 e 61 anos de idade, os cientistas afirmam que a qualidade de vida é muito maior para aqueles que continuam trabalhando.

Após realizarem diversos exames para analisar a saúde mental e física dos voluntários, os cientistas concluíram que aqueles que continuaram exercendo a profissão dentro da sua área de conhecimento, apresentavam uma vida mais saudável e se mostravam mais dispostos para os momentos de lazer.

Porém, os pesquisadores também explicam que os indivíduos que continuaram trabalhando, mas em áreas diferentes do que faziam antes da aposentadoria, seja por motivos financeiros ou pela falta de oportunidade, estavam mais propensos a desenvolver problemas como o estresse. 

Estresse ocupacional

A hipertensão arterial é um dos principais problemas de saúde pública no mundo. Segundo Rui Bocchino Macedo, especialista em Medicina do Trabalho, um dos fatores causadores dessa doença é o estresse. “O estresse dentro do ambiente de trabalho pode também ocasionar o aumento da pressão arterial, principalmente em níveis de estresse muito altos, como é o caso da Síndrome de Burnout”, revela.
761892 SXC Estresse ocupacional: é preciso saber lidar com as pressões do trabalhoMacedo explica que a Síndrome de Burnout é também conhecida como Estresse Ocupacional ou Síndrome de Esgotamento Profissional. Esta doença é um distúrbio psíquico causado por esgotamento físico e mental intenso associado ao trabalho. O termo “Burnout” vem do Inglês burn, de queimar, e out, de exterior. A expressão inglesa designa algo que deixou de funcionar por exaustão de energia, como uma combustão intensa.

Segundo pesquisas feitas em 2008 pelo International Stress Management Association, associação que desenvolve pesquisas voltadas para o estresse, cerca de 30% dos trabalhadores brasileiros são portadores da doença. Os profissionais mais vulneráveis à síndrome são aqueles extremamente exigentes e perfeccionistas e que não medem esforços para atingir bons resultados.

O especialista revela que a síndrome causa hipertensão, depressão, irritabilidade exagerada, impaciência, falta de concentração, falhas de memória, perda de qualidade das relações pessoais, queda de produtividade profissional, sintomas físicos de estresse (cansaço e mal-estar em geral), baixa autoestima, dentre outros. Em um primeiro momento é preciso observar fatores como falta de vontade de ir trabalhar e sintomas físicos como dores nas costas, pescoço e coluna, sem causas específicas. Em um segundo momento, começa-se a deteriorar o relacionamento com outras pessoas. “Daí surgem doenças psicossomáticas, como alergias e picos de hipertensão. Detectados esses sintomas, é bom procurar imediatamente um especialista”, diz o médico do trabalho.

Macedo afirma que o tratamento mais indicado é o acompanhamento psicológico contínuo. “A pessoa tem de aprender a interpretar suas emoções e seu comportamento de modo adequado, refletir sobre como lidar de uma maneira melhor com sua vida”, ensina.

Mas o médico do trabalho lembra que as empresas também podem ajudar. “Criar ações para favorecer um bom clima corporativo e aliviar o estresse, propiciar condições adequadas ao desenvolvimento das atividades, investir em treinamento, ter clareza nas avaliações de desempenho e respeitar o cumprimento das férias são algumas medidas que a corporação pode incorporar”, finaliza.


Estresse no trabalho afeta mais o coração da mulher com menos de 50, diz estudo

O estresse no trabalho aumenta o risco de doença cardíaca em mulheres com menos de 50 anos, segundo um estudo feito com mais de 12 mil enfermeiras.

A pesquisa, realizada na Dinamarca e publicada na revista científica Occupational and Environmental Medicine, sugere que a pressão no trabalho tem maior efeito sobre a saúde de mulheres mais jovens do que nas que chegaram aos 50 ou 60 anos.

Segundo os pesquisadores do Glostrup University Hospital, outros fatores de risco podem ter papel mais importante no desenvolvimento de problemas cardíacos nas mulheres mais velhas.

A entidade beneficente britânica British Heart Foundation recomenda que pessoas que estão sofrendo estresse no trabalho tentem lidar com o problema de maneira positiva.

Estudos anteriores já tinham ligado a tensão no trabalho a um aumento de riscos de problemas cardíacos nos homens, mas poucas pesquisas haviam sido feitas investigando o impacto do estresse sobre as mulheres.

Perfil de Risco

Participaram do estudo, iniciado em 1993, 12.116 enfermeiras com idades entre 45 e 64 anos.

Os pesquisadores perguntaram às participantes sobre o nível de pressão que sofriam no trabalho e como essa pressão as afetava pessoalmente.

Nos quinze anos seguintes, até 2008, os registros médicos das enfermeiras foram monitorados pelos pesquisadores.

Em 2008, 580 enfermeiras haviam sido admitidas em hospitais com isquemia cardíaca - incluindo 369 casos de angina e 138 ataques cardíacos.

Depois de levar em consideração fatores de risco como fumo e diabetes, os especialistas verificaram que as enfermeiras que descreveram o nível de pressão que sofriam no trabalho como "muito alto" tinham 35% mais chances de desenvolver doenças cardíacas do que as que não se sentiam afetadas pelo estresse.

E quando a equipe analisou os resultados por idade, concluiu que apenas as mulheres com 50 anos ou menos foram afetadas significativamente.

Os especialistas dizem que isso pode ser devido a mudanças no perfil de risco em grupos com idades diferentes.

"Parece que o efeito da pressão no trabalho tem maior impacto em mulheres mais jovens", eles disseram.

"Isso confirma resultados de estudos anteriores sobre efeitos associados à idade, tanto em homens como em mulheres", eles acrescentaram.

"O risco menor entre enfermeiras mais velhas pode ser devido a outros fatores de risco que se tornam relativamente mais importantes com o aumento da idade".

Movimente-se

June Davison, uma enfermeira especializada em doenças cardíacas que trabalha para a British Heart Foundation, disse que pessoas que enfrentam estresse no trabalho deveriam conversar com colegas ou chefes sobre como lidar com a pressão.

"Se você está sentindo a pressão, deveria tentar lidar com ela de forma positiva e ficar ativo durante o horário de trabalho", ela disse.

"Usar as escadas e caminhar uma parte do trajeto até o trabalho podem ajudar a combater o estresse e melhorar a saúde do coração".

Fonte: BBC Brasil

Fazer hora extra aumenta em 60% o risco de problemas cardíacos

Trabalhar três horas além das 7 a 8 horas diárias expõe a pessoa a um risco 60% maior de desenvolver problemas cardíacos, segundo um estudo publicado pelo European Heart Journal.

Um total de 6.014 trabalhadores londrinos com idades entre 39 e 61 anos (4.262 homens e 1.752 mulheres) e sem doença cardíaca foram acompanhados durante 11 anos, em média, como parte de um amplo estudo batizado Whitehall II.

Durante os 11 anos de acompanhamento, 369 dos voluntários morreram de problemas cardíacos, ou tiveram um acidente cardíaco não fatal ou uma angina de peito.

"As relações entre as longas horas de trabalho e as enfermidades cardiovasculares é independente de um conjunto de fatores de risco medidos no início do estudo, como o tabaco, o excesso de peso ou uma taxa elevada de colesterol", precisou Marianna Virtanen, que dirigiu o estudo do Finnish Institute of Occupational Health (Helsinque) e da University College of London, em um comunicado.

Quem trabalha mais do que a norma geralmente são homens, mais jovens que a média do grupo e que ocupam postos de maior responsabilidade.

Se a relação entre as horas adicionais de trabalho e as enfermidades cardiovasculares parece clara, a causa nem tanto, segundo os autores.

"Presenteísmo" doentio

Uma pista pode ser que o trabalho adicional afetaria o metabolismo ou encobriria os estados depressivos, de ansiedade ou de falta de sono.

O "presenteísmo" doentio, ou seja, quando os empregados vão trabalhar inclusive doentes, ignorando os sintomas e sem consultar um médico, pode igualmente estar entre as causas do problema.

No entanto, as pessoas que gostam de seu trabalho e têm tendência a trabalhar mais simplesmente pelo prazer, poderão sofrer um risco menor de enfermidade cardíaca.

Marianna Virtanen avalia várias pistas, como hábitos de vida pouco saudáveis e fatores de risco maiores entre as pessoas que trabalham em excesso.

"Outra possibilidade é que o estresse crônico (geralmente associado às longas horas de trabalho) afete o organismo", acrescenta. Ela explica, no entanto, que ainda são necessárias pesquisas adicionais.

A escola, o emprego, a renda, a violência



*

O Brasil tem vivido embalado, nos últimos tempos, pelas animadoras notícias de redução da miséria, da pobreza e do desemprego, graças às políticas sociais e econômicas dos últimos governos.

Produzem um choque, por isso, as informações do Ipea e do IBGE (Estado, 12/10) de que entre agosto de 2004 e agosto último a taxa de desemprego dos 20% mais pobres da população (renda per capita domiciliar abaixo de R$ 203,3 mensais) aumentou de 20,7% para 26,27%. No mesmo período, a desocupação dos 20% de renda maior (acima de R$ 812,3 mensais) caiu de 4,04% para 1,4% – ou seja, caiu 67,9%. E as causas são claras, segundo Márcio Pochmann, do Ipea: dificuldades relacionadas com baixa escolaridade, num momento em que “a competição é por trabalhadores qualificados”.

Só 41,8% dos desempregados mais pobres frequentaram 11 anos ou mais de escola, enquanto 86,1% dos ricos têm esse nível mais alto de escolaridade. E para agravar tudo, 76,7% dos desempregados mais pobres são negros. Tudo faz parte do mesmo quadro: nos últimos seis anos o número total de desempregados nas regiões metropolitanas caiu de 2,42 milhões para 1,6 milhão, mas o número de desempregados de baixa renda aumentou de 652,1 mil para 667,7 mil. Os 20% mais pobres são 41,72% dos desempregados nas seis regiões, enquanto os 20% mais ricos somam apenas 5,19%.

O quadro fica ainda mais preocupante quando se lembra que o quadro do emprego tem matizes dramáticos também quando se observam as faixas de idade. A taxa de crescimento de empregos formais no País foi de 4,5% no ano passado; mas entre jovens de 18 a 24 anos foi de apenas 2,6%; e na faixa de 16 a 17 anos, somente 1,5% (Folha de S.Paulo, 6/8). Tudo isso agrava o quadro que mostra (Estado, 12/8) uma taxa de desemprego de 17% entre jovens, embora haja outras fontes que cheguem a indicar mais de 50% na faixa dos 15 aos 24 anos.

É inevitável a lembrança das estatísticas do IBGE sobre a violência no País, apontando que jovens de 15 a 24 anos respondem por um quarto das mortes anuais no Brasil (27 mil de 106 mil) por “causas eternas” (homicídios, suicídios, acidentes do trabalho). E os homicídios respondem por 67,5% desse total. São muitos os especialistas que têm relacionado o desemprego nessa faixa com a violência: que se poderia esperar de um jovem pobre desempregado e de instrução limitada? Que espere pacientemente na porta de casa que a renda chegue? Ou irá buscá-la no tráfico de drogas, no assalto e em outras violências, transformando-se também em vítima? Mais grave ainda será se o jovem for negro – seu risco de morte violenta é 130% mais alto. “O principal fator da violência entre jovens é a renda”, diz o sociólogo Júlio Jacobo Waiselfisz (Estado, 31/3). “A concentração da renda está intimamente ligada aos homicídios juvenis”, diz ele.

Como se quebrará esse círculo fechado de renda baixa, escolaridade precária, dificuldade no mercado de trabalho, risco de violência? Que se vai fazer quando, na escola primária, uma das tábuas de salvação apregoadas hoje é a presença de dois professores em cada sala de aula, prática já existente nas escolas públicas até das menores cidades do interior paulista na década de 40 – como a que foi frequentada pelo autor destas linhas? Quando se chegará à escola de tempo integral proclamada por Darcy Ribeiro na década de 70, para dar ensino em dois turnos, alimentação, assistência psicológica aos alunos, de forma a compensar as desigualdades para crianças mais pobres? Era uma política de renda também, ao reduzir as despesas na casa de crianças pobres. Como era política de geração de trabalho, ao dar melhor possibilidade de qualificação profissional.

Tudo isso volta ao centro da questão agora, quando o noticiário mostra com clareza o crescimento da demanda por mão de obra qualificada – e o aumento do desemprego na faixa de renda mais baixa. Registrou este jornal (21/9) que, em 2009, 32,8% dos jovens entre 18 e 24 anos abandonaram os estudos antes de completada a terceira série do ensino médio. A escolaridade média até 25 anos de idade é de apenas 5,8 anos (ante 12 anos na Coreia do Sul, 13,5 em Taiwan, 13,4 nos EUA). Apenas 39,2% dos jovens entre 15 e 17 anos estão matriculados no ensino médio no Nordeste, ante 39,1% no Norte e 60,5% no Sudeste. Como nos espantarmos, assim, que alguns estudos digam que 75% dos que passam até oito anos em escolas são “analfabetos funcionais”, incapazes de interpretar um texto simples, de poucas linhas? Por que nos admirarmos diante das notícias de que trabalhadores chineses e de outros países asiáticos estão vindo disputar vagas no mercado brasileiro, e em setores de baixa remuneração?

Quando se passa ao ensino mais graduado – do qual dependerá o futuro próximo do País -, as preocupações não são menores. Em artigo neste jornal (22/9), o geógrafo Wanderley Messias da Costa, da Universidade de São Paulo, mostrou que apenas 24% dos 5 milhões de alunos no nível de graduação no País estão entre 18 e 24 anos. E 50% das vagas oferecidas em 2008 não foram preenchidas. A taxa média de evasão nos quatro anos de graduação é de 43%. A esmagadora maioria não conclui no prazo os cursos que frequenta. Grande parte leva até oito anos ou mais para completar o curso de quatro.

Vê-se, então, que o quadro é complicado e preocupante: a falta de qualificação leva ao aumento do desemprego nos setores de menor renda; mas o quadro permanece difícil mesmo quando as crianças desses setores conseguem chegar à escola. As taxas de evasão são muito altas, até na universidade. E o nível de formação, frequentemente precário. O mercado começa a ressentir-se da falta de qualificação da mão de obra ofertada. E são, todas, questões urgentes.

Há muito mais que aborto a ser discutido com a sociedade. Nossos fundamentos sociais estão em questão.


* Washington Novaes é jornalista.
(Artigo originalmente publicado em O Estado de S.Paulo.)

Brasil fica em 73º em ranking de desenvolvimento social da ONU


Paula Laboissière e Vitor Abdala, da Agência Brasil
O Brasil ocupa a 73ª colocação no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), divulgado nesta quinta-feira (4/11) pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). O índice de 0,699, de acordo com o órgão, situa o país entre as nações de alto desenvolvimento humano e supera ainda a média mundial, de 0,624.

Ao todo, 169 países foram pesquisados. O resultado brasileiro se aproxima do IDH registrado para toda a América Latina e o Caribe, de 0,704. O índice varia de 0 a 1 e, quanto mais próximo de 1, maior o nível de desenvolvimento humano.

O país ficou em 11º lugar na América Latina e em quinto lugar na América do Sul, atrás do Chile (0,783), da Argentina (0,775), do Uruguai (0,765) e Peru (0,723). Entre os países do Bric, o Brasil ficou atrás da Rússia (que ficou em 65º lugar, com 0,719) e à frente da China (89º, com 0,663) e Índia (119º, com 0,519).

O Pnud destacou que a metodologia utilizada na formulação do IDH este ano sofreu alterações e que os números divulgados não podem ser comparados aos anteriores. O órgão, entretanto, recalculou o IDH brasileiro em 2009 com base na nova metodologia e apontou uma evolução de quatro posições no ranking.
Com base em novos cálculos, o índice brasileiro apresentou um ganho de 7,6% desde 1980. O progresso foi mais rápido do que o latino-americano (6,6%) e mais lento do que o global (9,3%). De 2005 para cá, a alta foi de 3,1% e, de 2009 para 2010, de 0,8%.

A lista do IDH em 2010 é liderada pela Noruega (0,938), seguida pela Austrália (0,937), Nova Zelândia (0,907), pelos Estados Unidos (0,902) e pela Irlanda (0,895). As últimas posições são ocupadas por Moçambique (0,284), Burundi (0,282), Níger (0,261), pelo República Democrática do Congo (0,239) e pelo Zimbábue (0,140).

O Brasil ficou acima da Geórgia (0,698), da Venezuela (0,696), da Armênia (0,695) e do Equador (0,695), e abaixo das Ilhas Maurício (0,701), da Macedônia (0,701), do Irã (0,702), da Ucrânia (0,710) e da Bósnia-Herzegovina (0,710).

O IDH engloba três aspectos considerados essenciais pelo Pnud para o desenvolvimento humano: o conhecimento (medido por indicadores de educação), a saúde (medida pela longevidade) e o padrão de vida digno (medido pela renda). O progresso, segundo o órgão, deve ser mensurado não apenas pelo crescimento econômico, mas também por conquistas em saúde e educação.

Na última década, a expectativa de vida dos brasileiros aumentou 2,7 anos, enquanto a média de escolaridade cresceu 1,7 ano e os anos de escolaridade esperada recuaram em 0,8 ano. A renda nacional bruta do país teve alta de 27% no período.

O Pnud também divulgou um Índice de Pobreza Multidimensional (IPM), que avalia privações nas áreas de saúde, educação e padrão de vida. O Brasil ficou com 0,039, o mesmo índice da Turquia. Segundo o relatório divulgado hoje, o país tem 8,5% dos brasileiros vivendo nesse tipo de pobreza.

Além disso, segundo Pnud, 13,1% dos brasileiros estão em risco de entrar nessa condição. O país registra ainda 20,2% dos habitantes com pelo menos uma grave privação em educação. No caso da saúde, esse índice é de 5,2%, e, do padrão de vida, de 2,8%.

(Agência Brasil)

PNUD lança índice de disparidade de gênero

 


PNUD
O RDH (Relatório de Desenvolvimento Humano), apresentado nesta quinta-feira (4/11)em Nova York, apresenta o IDG (Índice de Desigualdade de Gênero), que capta as desvantagens das mulheres e as perdas de potencial de desenvolvimento em três dimensões que espelham o IDH: saúde reprodutiva, empoderamento (autonomia) e atividade econômica.
Na primeira dimensão, são contabilizados a mortalidade materna e a proporção de adolescentes que tiveram filhos. Na segunda, o percentual de homens e mulheres no parlamento e de homens e mulheres de 25 anos ou mais com pelo menos o segundo grau completo. A desigualdade na atividade econômica é mensurada pela participação dos dois sexos no mercado de trabalho.
O IDG varia de 0 a 1, e, ao contrário do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), quanto mais próximo de 1, pior - ou seja, maior é a desigualdade entre os gêneros. Ele reflete, segundo o relatório, “a perda no desenvolvimento humano resultante da desigualdade entre as realizações femininas e masculinas nessas dimensões”.
A desigualdade entre os sexos faz o Brasil perder 63% de seu potencial de desenvolvimento humano. O país aparece em 80º lugar na lista de 138 nações e territórios, com índice de 0,631.

O relatório aponta que países com IDH baixo geralmente apresentam desigualdades acentuadas entre os gêneros. As dez nações com maiores discrepâncias entre homens e mulheres são Camarões (0,763), Costa do Marfim, Libéria (0,766), República Centro-Africana (0,768), Papua Nova Guiné (0,784), Afeganistão (0,797), Mali (0,799), Níger (0,807), República Democrática do Congo (0,814) e Iêmen (0,853). Já os países mais igualitários nesse sentido são Holanda (0,174), Dinamarca (0,209) e Suécia (0,289).
“Dar oportunidades iguais a meninas e mulheres em educação, direitos sociais, política e tratamento médico não é apenas uma questão de justiça social, mas um dos melhores investimentos a serem feitos para o desenvolvimento”, afirma Jeni Klugman, chefe da equipe que elaborou o RDH.
O Brasil se destaca na proporção entre homens e mulheres com pelo menos o ensino secundário completo. É o 17º país com situação mais favorável a elas nesse indicador. A proporção de brasileiras que alcançaram esse nível de escolaridade é 2,5 pontos percentuais maior que a de brasileiros. O país é um dos 34 em que a parcela de mulheres com ao menos o ensino médio completo supera a de homens. “Um nível de educação superior aumenta as liberdades das mulheres ao fortalecer a capacidade delas para questionar, refletir e atuar sobre sua condição, e ao aumentar o acesso à informação”, destaca o relatório.

No outro indicador de autonomia, o percentual de cadeiras no parlamento nacional para pessoas do sexo feminino, o Brasil aparece apenas no 127º lugar. Ruanda é o destaque, com 50,9% de assentos - é o único país em que elas predominam no parlamento. “A represen¬tação parlamentar nacional, que reflete a visi¬bilidade das mulheres na liderança política e, em termos mais gerais, na sociedade tem aumentado ao longo dos tempos - embora a média global seja apenas de 16%”, aponta o RDH.


A participação de mulheres no mercado de trabalho (exercendo atividade profissional ou procurando emprego) é de 64% no Brasil. A porcentagem ainda é inferior à registrada entre os homens (85,2%), mas supera a média mundial (57%). No quesito desigualdade na força de trabalho, o país aparece na 96ª posição. O destaque positivo é Burundi, onde 91,5% das pessoas do sexo feminino trabalham.

Os indicadores de saúde não refletem exatamente desigualdade entre homens e mulheres, pois dizem respeito a maternidade. O que eles demonstram é o grau de atenção que a sociedade dá a um parto seguro e, portanto, á saúde reprodutiva da mulher. Se nos outros grupos de indicadores o cenário ideal é uma ausência de desigualdade de gênero, aqui é o cumprimento do que deveriam ser metas da sociedade: nenhuma morte materna, nenhuma gravidez adolescente não planejada.
No entanto, é justamente nesta dimensão que a perda em desenvolvimento humano é maior, e em todas as regiões do planeta: 99% na África Subsaariana, 98% no Sul da Ásia e 96% nos países árabes e na América Latina e Caribe. “A reprodução tem sido um risco, e frequentemente começa muito cedo, comprometendo a saúde e as oportunidades futuras”, frisa o estudo do PNUD.
Na taxa de mortalidade materna, o Brasil aparece em 79º, com 110 óbitos em 100 mil partos - número menor que as médias latino-americana (122) e mundial (273).

Já na fertilidade de adolescentes (número de nascimentos a cada mil mulheres com 15 a 19 anos) o número brasileiro (75,6) supera tanto a média da América Latina (72,6) quanto a global (53,7). O país fica na 123ª posição nesse indicador - neste caso, quanto menos jovens deram à luz, melhor a colocação no ranking.

(PNUD)

VALORES QUE CONSTROEM

Frei Betto

A cidade se articula, basicamente, em sociedade civil (poder popular) e sociedade política (poder público). Na sua forma mais expressiva de cidadania, a sociedade civil atua através de movimentos sociais, organizações da sociedade civil que pressionam a sociedade política (Estado e instituições afins) visando a defesa e/ou conquista de direitos (humanos, civis, políticos, econômicos, ecológicos etc.).

Há movimentos sociais espontâneos e efêmeros (o recente protesto de jovens da periferia francesa contra o consumismo, através da queima de carros), bem como os que se prolongam no tempo e adquirem formas distintas para reivindicar um único direito, como a isonomia das mulheres em relação aos homens (são exemplos a peça “Lisístrata”, do grego Aristófanes, nascido no século V a.C., e o movimento feminista da segunda metade do século XX).

A organização da sociedade em movimentos sociais é inerente à sua estrutura de poder. O teatro teve na Grécia antiga o papel político de dotar a população de razão crítica através de uma expressão estética, como o comprova a obra de Sófocles: Antígona desafia Creonte (a consciência do indivíduo calcada na justiça perante a legalidade do poder respaldada na tradição).

Os movimentos sociais adquirem, ao longo da história, distintas expressões: estética, religiosa, econômica, ecológica etc. A partir do século I, o Império Romano teve suas bases solapadas por um movimento social de caráter religioso - o Cristianismo - que se recusou a reconhecer a divindade de César e propalou a radical dignidade de todo ser humano, chamado à comunhão de amor com os semelhantes e com Deus, segundo a mensagem proferida por uma vítima do Império - Jesus de Nazaré - em quem os adeptos da nova fé reconheciam a presença de Deus na Terra.

Desde a Revolução Francesa a sociedade civil passou a se mobilizar mais frequentemente em movimentos sociais. Porém, é recente a noção de que a sociedade civil deve se organizar para pressionar o poder público, e não necessariamente para almejar também “a tomada do poder”. Isso ensejou o caráter multifacetado dos movimentos - indígenas, negros, mulheres, migrantes, homossexuais etc. - e o fato de constituírem instâncias políticas nem sempre partidárias.

Essa “laicização” dos movimentos sociais é que permitiu alcançarem autonomia em relação às instâncias de poder - político, religioso, econômico etc. - e, ao mesmo tempo, despontarem como forças de alteridade perante o poder institucionalizado. É o fenômeno recente do empoderamento da sociedade civil que, quanto mais forte, mais logra transmutar a democracia meramente representativa em democracia efetivamente participativa.


“Chegar ao topo e ser reconhecido é agradável, mas a questão é o que se teve de deixar de lado para chegar lá, incluindo a diversidade de vida e, mais, o essencial à vida. Se a pessoa abandona o essencial, ela perde a identidade. O essencial é o mesmo para todos. É aquilo que não pode não ser, aquilo que dá sentido à minha vida – na dupla acepção do termo, significado e direção-, ou seja, amizade, lealdade, religiosidade, sexualidade, felicidade, fraternidade, honestidade. Precisamos de sentido para o que fazemos enquanto não morremos, para que a vida não seja vazia e desperdiçada. Difere do fundamental, que apoia o essencial, como carreira e dinheiro.” 
Mario Sergio Cortella